Um guia do financiador para enfrentar contratempos e ganhar subsídios

Aug 04, 2023

Julie Gould é jornalista freelancer em Londres e produz o Nature Careers Podcast.

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Jack Leeming é editor de carreiras da Nature em Londres.

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Crédito: Photolab/EMBL

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Em novembro de 2021, Maria Leptin tornou-se presidente do Conselho Europeu de Investigação. Depois de uma longa carreira na investigação biológica, Leptin admite que foi difícil iniciar o processo de encerramento do seu laboratório na Organização Europeia de Biologia Molecular (EMBO) antes de assumir a sua nova função. “Você ganha alguns, você perde alguns”, ela disse ao editor de carreiras da Nature, Jack Leeming, sobre esta nova etapa na carreira. “É doloroso, mas essa é a decisão que tomei.”

Leptin compartilha alguns conselhos para pesquisadores em início de carreira que escrevem bolsas e como os pesquisadores podem defender mais financiamento da ciência por parte dos políticos. Ela também fala sobre os diferentes tipos de pesquisa que merecem ser financiados. Nem tudo precisa ser inovador, diz ela, acrescentando: “Só porque é incremental e não é outro avanço, não significa que não seja importante. É extremamente importante.”

Este episódio faz parte de uma série contínua de podcasts do Working Scientist sobre financiamento em ciência.

faça: https://doi.org/10.1038/d41586-023-02754-8

Julie Gould: 00:05

Olá, sou Julie Gould e este é Working Scientist, um podcast Nature Careers. Em 2019, fizemos uma série de episódios sobre financiamento para cientistas, onde conversamos com as pessoas sobre todos os aspectos das bolsas de financiamento – desde a preparação necessária com antecedência até o planejamento para aquela entrevista, caso você consiga uma. Este episódio é um bônus para essa série.

Jack Leeming, um dos editores da Nature Careers, teve a oportunidade de falar com Maria Leptin, a cientista que é presidente do Conselho Europeu de Investigação, ou ERC, desde 2019. Maria não pensava trabalhar nesta função. Como muitos, sua carreira sofreu reviravoltas inesperadas antes de chegar lá.

Nesta entrevista, Jack pergunta a Maria sobre sua trajetória profissional, como é sair da bancada, por assim dizer, para trabalhar na administração. Falam também sobre a forma como o ERC está estruturado, como analisa e financia as subvenções e também a dificuldade de receber um “não, obrigado” dos financiadores. Mas Maria também compartilha algumas dicas sobre como se recompor e seguir em frente. Aproveitar.

Jack Leeming: 01:14

Gostaria de saber se você poderia começar contando-nos um pouco sobre sua carreira e talvez um pouco do histórico de sua função no ERC, se estiver tudo bem.

Maria Leptina: 01:23

Sou biólogo e geneticista. Comecei inicialmente em imunologia, trabalhando com células B e ativação de células B e depois mudei para biologia do desenvolvimento no meu pós-doutorado, que fiz na Inglaterra, no LMB [Laboratório de Biologia Molecular] em Cambridge, onde comecei a trabalhar sobre Drisofilia. A biologia do desenvolvimento era um campo em grande expansão na altura, e depois tornei-me líder de grupo independente no Instituto Max Planck em Tübingen, onde realmente comecei a trabalhar nos meus próprios tópicos, especialmente o controlo de como as formas são formadas durante o desenvolvimento, tornei-me professor na Universidade de Colônia, para onde finalmente me mudei com meu marido e nossos filhos, e depois assumi uma função administrativa científica como diretora da EMBO [Organização Europeia de Biologia Molecular] em 2010, cargo que ocupei, e durante que ainda pude fazer a minha própria investigação, mantive-a durante 12 anos e, finalmente, juntei-me ao ERC como presidente, depois de ter estado envolvido no trabalho do ERC como membro e presidente do painel.

Jack Leeming: 02:35

Você pode me contar um pouco sobre a estrutura do ERC em geral?

Maria Leptina: 02:39